Se queremos projectar uma
cidade para o século XXI temos de apontar a nossa acção no sentido de preparar
o futuro, sendo que preparar o futuro é apostar naqueles que o vão construir, ou
seja, os actuais jovens e aqueles que o serão a breve prazo.
A juventude representa a
transição da infância para a idade adulta, num processo contínuo, gradual, de
integração autónoma na sociedade, fazendo a sequência de gerações, uma passagem
de testemunho contínua que vai renovando e perpetuando a humanidade.
A autarquia deve criar
condições para que essa integração, essa passagem de testemunho, se faça
trazendo mais-valias para a comunidade, sabendo capitalizar as particularidades
específicas deste grupo de cidadãos na primavera das suas vidas.
Temos hoje provavelmente a
geração mais bem preparada, com melhor formação de todos os tempos em Portugal,
mas, paradoxalmente, teremos, se nada for feito em contrário, toda uma geração
perdida e desaproveitada, condenada a sobreviver exercendo funções
indiferenciadas que em nada tiram partido do investimento feito na sua
formação.
A autarquia deve
aproveitar o activo que representa a juventude para implementar e consolidar
políticas que reforcem o papel desta importante faixa da população, com mais
visão e outro posicionamento estratégico face às novas tecnologias, mais apetência
para a inovação, mais sensíveis para a problemática do ambiente, mais abertos
para a cultura e para o desporto, de modo a que possam ser um contributo capaz
de potenciar a qualidade de vida da comunidade.
Um dos grandes problemas
da juventude é a sua entrada no mercado de trabalho, pelo que a autarquia deve
procurar condições para os jovens poderem enfrentar melhor os desafios que hoje
se colocam neste domínio, encaminhá-los para saberem responder às exigências
das novas formas de emprego, respondendo a esse repto com mais formação, empreendedorismo
e inovação.
Corresponde a esta faixa
etária a entrada, a frequência e a conclusão da vida académica, com todas as
componentes que rodeiam esta realidade, sendo que uma grande parte dos nossos
municípios têm instituições de ensino superior, razão pela qual a vida
académica interfere e deve ser parceira da actividade do município.
Pensar em juventude é pensar também em associativismo
juvenil, seja a nível académico, político, acção social, desportivo, artístico,
podendo isso ser encarado sob a perspectiva do lazer e ocupação dos tempos
livres ou sob a perspectiva da maturação do seu sentido cívico e de cidadania.
A autarquia pode apoiar as colectividades resultantes do movimento associativo em
termos logísticos, com cedência de espaços ou equipamento, mas também em termos
de formação, estimulando a sua participação na vida cultural, desportiva,
social e política.
Para abrir novos horizontes é pertinente promover o intercâmbio
cultural entre jovens de municípios e países diferentes, permitindo que estes
convivam com diversas realidades, tornando-os aptos a introduzir na nossa
cultura factores capazes de potenciar as nossas mais-valias intrínsecas.
Para gerir o tema específico da
juventude no sentido de estruturar políticas dirigidas aos jovens, a autarquia
pode colocar ao seu dispor ferramentas já experimentadas e validadas noutras
autarquias tendentes a aproveitar o activo que representa a juventude. Uma
dessas ferramentas é o Conselho Municipal de Juventude, organismo destinado a promover
a coordenação de toda a política de juventude, articulando a acção municipal
neste domínio e monitorizando o seu funcionamento com vista a maximizar os
recursos disponíveis.
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