A Educação é um pilar
fundamental para o desenvolvimento de qualquer país.
A
situação de crise sistémica em que Portugal se encontra há séculos tem muito a
ver com um nível de escolaridade abaixo do desejável, o qual potencia o
perpetuar de situações de miséria que podemos relacionar com uma qualificação
profissional abaixo da média dos países mais desenvolvidos. Educação é aprender para saber, mas também aprender para fazer e aprender para
viver em comunidade
É urgente combater a
ignorância, pois ela é um factor de exclusão que só permite gerar miséria e
patrocinar o florescer de aldrabões, os quais empurram cada vez mais para o
fundo a já miserável situação do nosso povo. Combater a ignorância é uma tarefa
difícil pois o individuo tem muitas vezes relutância em aceitar a sua condição
de ignorante, não encontrando motivos para procurar fazer um esforço para
aprender. Infelizmente, os meios de comunicação em vez de patrocinarem a
cultura patrocinam a estupidez e criam uma massa amorfa de “pseudo-esclarecidos”.
É
necessário formar um novo tipo de cidadão mais esclarecido, mais culto, com
conhecimentos técnicos avançados e não apenas portador de um diploma
universitário o qual não é muitas vezes mais do que simples papel timbrado desprovido
de rigor, sem qualquer utilidade prática.
Temos
de apostar nas gerações vindouras para fazer a revolução mais importante de que
Portugal precisa, a revolução de mentalidades, pois só assim poderemos pensar
em encarar o futuro com mais optimismo.
A
Educação, mais que um custo, é um investimento no futuro, num futuro melhor
para Portugal e para os portugueses. É evidente que este investimento tem de
ser feito de forma racional, objectiva, estruturada, bem aferida e consensual pois
não possível dissocia-lo da envolvência económica negativa que afecta o país
neste momento.
A
aposta na Educação como forma de revolução de mentalidades precisa de começar
logo no ensino pré-primário, preparando de forma informal a criança para a
escolaridade básica, com o descobrir das tecnologias de informação e uma
abordagem superficial da temática da ciência. Para tal é necessário saber
envolver a família, para que esta seja um factor potenciador ao invés de se
tornar um factor limitativo.
Os
órgãos municipais devem ser um factor de promoção da Educação, sendo importante
um levantamento dos serviços existentes, de modo a construir uma rigorosa e
eficaz Carta Educativa do Concelho, a qual deve definir
que tipo de política educativa deve ter o município. Deve também ser efectuado
um levantamento dos equipamentos das escolas, a sua real utilização bem como a
maneira de os tornar mais rentáveis como utensílios de aprendizagem e aquisição
de novos conhecimentos.
Uma das ferramentas que a autarquia poderá
ter ao seu dispor é o Conselho Municipal de Educação, o qual se entende ser uma
instância de coordenação e consulta que tem por objectivo promover, a nível
municipal, a coordenação da política educativa.
A promoção da Educação a nível
municipal pode ser feita no âmbito da Rede Nacional de Cidades Educadoras, um
ramo da Associação Internacional das Cidades Educadoras, de que fazem parte por
exemplo Barcelos e Braga.
Uma Cidade Educadora é aquela que
desenvolve intencional e coordenadamente uma política de formação e integração
de todos os seus habitantes.
A autarquia deve assumir novas
competências no domínio da educação como sejam as actividades de enriquecimento
curricular até porque o município faz parte do Conselho Geral da Escola.
A
câmara deve ter uma política que combata a desumanização da
escola, algo que pode acontecer quer por esta ser muito grande ou por ser muito
pequena, sendo importante que a Câmara tenha um papel no definir do número de
turmas que deve ter cada escola.
O espaço escolar não deve estar
reduzido ao tempo ocupado estritamente pelas aulas, podendo ser usado fora
desse período de modo a tornar a Escola espaço comunitário, mantendo a escola
aberta fora do período lectivo num horário que pode ser preenchido entre as 8
às 24 horas e mesmo ao fim de semana.
Num nível mais avançado a escola
deve funcionar como um de ligação ao mundo empresarial, o qual por sua vez pode
fazer a cedência de equipamentos ultrapassados para serem utilizados a nível
escolar, nomeadamente no ensino profissionalizante, o que até está contemplado lei
de mecenato.
Um projecto municipal de Educação
não se deve limitar à preparação escolar das crianças e jovens, mas deve abranger
todas as faixas etária existindo para isso mecanismo como no caso do REAJ (Rede
de Educação de Adultos e Jovens).
Uma das temáticas controversas é o
retomar das Escolas Profissionais como alternativa ao ensino tradicional.
Mais ambicioso será o projecto de criar um Centro de Ciência que seja
um polo aglutinador e fermento da criação de projectos inovadores, um moderador
entre a sociedade e a Educação.
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