sexta-feira, 27 de abril de 2012

A autarquia e a organização da Mobilidade Urbana

            As nossas cidades, vilas e aldeias possuem uma distribuição complexa de habitações e serviços, mais concentrados no seu centro e dispersando-se para a periferia, onde habitam muitas das pessoas que trabalham no centro.
            A problemática da gestão dos meios de locomoção que permitem o transporte das pessoas entre os vários pontos dos aglomerados urbanos é sempre um dos grandes desafios de qualquer autarquia.
            A circulação dentro do município pode ser feita recorrendo ao transporte individual ou ao transporte público, com vantagens e desvantagens em ambos os casos.
É evidente que um maior recurso ao transporte público é uma solução mais ecológica e económica, mas não permite o acesso a todos os pontos do concelho, fazendo uma completa ligação dos circuitos, nem sempre está disponível na hora que nos convém, não demora geralmente o tempo desejável, condicionantes que tornam o recurso ao transporte individual uma necessidade, a qual acaba por levar ao congestionamento do trânsito, mais acentuado em certos períodos do dia ou em horas de ponta, ao problema do estacionamento e a um grau elevado de poluição.
            Para uma maior fluidez do trânsito as vias de comunicação foram alargando as faixas, quer em número, quer em dimensão, foram criados túneis, viadutos, rotundas, semáforos, de modo a permitir melhor eficácia do trânsito em vias congestionadas.
            A criação de corredores próprios para o transporte público é um dos meios frequentemente utilizados para tornar estes transportes mais rápidos e portanto mais apelativos.
            Quando se fala em mobilidade individual pensamos essencialmente no automóvel, mas as ciclovias são uma alternativa económica e ecológica, principalmente desde que se tornaram mais acessíveis bicicletas com ajuda eléctrica. Não deixa também de ser menos importante a locomoção pedonal e os aglomerados urbanos devem acautelar que este tipo de mobilidade se faça da melhor maneira, quer pela criação de ruas exclusivamente pedonais, quer pela criação de alternativas ao cruzamento das vias rodoviárias pelos peões onde este se faça com relativa segurança, sem esquecer o cidadão com mobilidade reduzida.
            A crise económica global, a instabilidade política e militar das regiões produtoras de combustíveis fósseis leva a estimar que haja um aumento progressivo dos custos do transporte, penalizando o transporte individual e criando novas exigências para o transporte público como alternativa viável para a mobilidade urbana. Pertinente é também considerar incentivos para a utilização de veículos mais ecológicos, de que são exemplo os veículos eléctricos, quer a nível de utilização de corredores próprios ou partilhados com os transportes públicos, da criação de lugares de estacionamento privilegiado e incremento dos pontos de carregamento.
            Para uma maior facilidade da utilização do transporte público é fundamental a criação de várias estações intermodais onde o utilizador possa fazer a ligação entre o transporte individual e o transporte colectivo, ou mesmo entre os diversos tipos de transporte colectivo, como rodoviário e o ferroviário entre outros.
            O transporte urbano também pode ser pensado no âmbito da freguesia criando eventualmente serviços de transporte público próprios da freguesia, e nódulos intermodais mais pequenos, onde se possa chegar de transporte individual e deixa-lo lá pra prosseguir a viagem em transporte público convencional.

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