A Cultura é a trave mestra de
qualquer civilização. Existem várias acepções e conceitos de Cultura, desde uns
mais elitistas a outros que partem das suas raízes populares transmitidas entre
gerações. De entre as várias definições possíveis, a mais apropriada é talvez a
de Edward Tylor para quem a Cultura é “aquele
todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os
costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro
da sociedade”.
A Cultura está intimamente associada
à Arte, da qual às vezes é erradamente tomada por sinónimo, pois a Cultura é
muito mais do que isso, uma vez que os saberes populares, o artesanato, as
tradições e a própria concepção social podem ser integrados num todo que
constitui a Cultura.
Igualmente ligada à Cultura está a
Educação, principal meio difusor e perpetuador da Cultura no seio duma
comunidade, pelo que é importante que seja a Escola um dos instrumentos preferenciais
para a aproximar do cidadão, até pela capacidade das crianças e dos jovens em
influenciar o seu ambiente familiar estimulando novos comportamentos.
A integração de todas as formas em
que se transfigura a Cultura é talvez o melhor meio de a promover na sociedade,
sendo fundamental o papel de todos os órgãos políticos, desde a Junta de
Freguesia atá ao governo, passando pelo poder Municipal.
A Cultura está intimamente ligada ao
desenvolvimento e os grandes avanços das sociedades humanas deram-se em povos para
os quais a Cultura tinha um papel predominante, sendo os seus legados ainda
hoje uma referência na nossa vida, desde o antigo Egipto, Grécia, Império
Romano, o Império Árabe. Também os actuais expoentes da tecnologia, de que são
exemplo os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha se afirmam no campo cultural e
científico, sendo o mesmo válido para potências emergentes como a China e a
Rússia.
Promover a Cultura, nas suas várias
apresentações, revela-se uma aposta no desenvolvimento de qualquer sociedade,
pois temos visto que os povos embrutecidos têm dificuldade em cuidar de si
próprios, acabando muitas vezes por cair nas mãos de políticos corruptos, de
multinacionais sem pudor, os quais deles apenas se servem para explorar e
colocar em permanente miséria económica e intelectual.
Uma
das formas de promover a Cultura é a promoção da actividade artística, nas suas
várias apresentações, como sejam a Literatura, a Pintura, a Escultura, a
Música, as Arte Cénicas, a Dança, a Fotografia, o Cinema, a Arquitectura e mais
recentemente as Artes Digitais, entre muitas outras possibilidades.
Para
captar públicos novos para expressões artísticas com menos adesão poder-se-á
tentar complementar num mesmo projecto as várias expressões artísticas de forma
de as aproximar públicos-alvo diferentes.
No
sentido de conseguir uma gestão racional
e equilibrada dum objecto caro, mas imprescindível se ambicionarmos sair da
mediocridade dum povo com cada vez menos expectativas, é necessário fazer um
levantamento exaustivo de todas as capacidades instaladas, da sua real
utilização, bem como das suas possibilidades, de modo a poder levar a Cultura a
um público cada vez maior com custos relativamente contidos.
A
autarquia deve implementar um plano estratégico que permita consolidar os
espaços existentes para a actividade cultural e criar ou reconverter outros que
permitam ser utilizados como veículos transmissores de Cultura.
Existem
cidades que são referência exactamente pela sua actividade cultural, como
Barcelona, Valência, Manchester, Toronto, Montreal e presentemente temos
Guimarães como Capital Europeia da Cultura 2012.
A
Cultura funciona também como polo agregador dos diferentes estratos sociais,
esbatendo as suas diferenças, pelo que deve ser alargada a todas as camadas
sociais de modo a permitir a criação de valores de cidadania e convivência
democrática, convertendo todo o município num espaço de intercâmbio
multicultural e de inclusão social.
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