domingo, 29 de abril de 2012

A autarquia e o seu papel no campo do Ambiente


            Uma cidade saudável é uma cidade que é amiga do ambiente. Os progressos tecnológicos das últimas décadas criaram objectos de bem-estar inimagináveis até há bem pouco tempo, mas trouxeram consigo o problema da poluição que degrada a nossa qualidade de vida e compromete o bem-estar das futuras gerações.
            A autarquia deve pugnar por um desenvolvimento do município em respeito pelo ambiente, pois só assim estaremos em condições de entregar um planeta no qual se possa viver às futuras gerações, para além de promovermos uma vida mais saudável para todos, logo uma vida com mais qualidade. É a com base nisto que as questões ambientais surgem na primeira linha das preocupações na generalidade das autarquias.
            O ambiente é um factor transversal a todas as áreas onde a autarquia intervém, sendo ao mesmo tempo um factor e consequência de todas as decisões tomadas em áreas tão diversas como o urbanismo, a mobilidade, a saúde, ou o saneamento, entre outras.
            Pensar em ambiente é pensar num conjunto de vectores onde colocamos à cabeça os espaços verdes, mas que incluem também a gestão sustentável dos recursos naturais, a higiene urbana, a qualidade do ar e do ruído, a recolha e tratamento dos resíduos e a defesa do património florestal, complementadas por uma verdadeira educação ambiental.
            Como pontos-chave deste conjunto de vectores, poderemos salientar a importância da limpeza das ruas, à qual está associada a educação do cidadão para ser mais cuidadoso, a importância de definir uma rede de ecopontos que tenham em atenção a eficiência mas também o seu enquadramento na imagem urbana, sendo também importante definir uma rede de ecocentros, onde serão depositados os resíduos de maiores dimensões. Para atingir uma melhoria da qualidade do ar e do ruído será importante a aposta no transporte público, bem como em veículos ecológicos. Do mesmo modo a construção e a requalificação urbana devem ser feitas de forma orientada para um tipo de habitação auto-sustentável que seja amiga do ambiente.
    As autarquias devem dotar-se de ferramentas capazes de permitir uma eficaz aplicação das normas e objectivos de todos os programas ambientais tendentes a criar um plano de acção, o Plano Municipal do Ambiente, um desafio lançado pelas Nações Unidas em 1992 ao criar a Agenda XXI - Plano de Acção para o Desenvolvimento sustentável, no âmbito do qual existe em Portugal a Rede Portuguesa de Cidades e Vilas Sustentáveis.
           Para o instalar e monitorizar podemos apoiar-nos em Conselhos ou Órgãos municipais, de natureza consultiva com o objectivo de analisar, discutir e propor medidas de concretização das políticas sectoriais em colaboração com a Câmara Municipal na sua resolução e implementação.
            Uma das ferramentas a considerar é o Conselho Municipal para o Desenvolvimento Sustentável (CMDS), um órgão independente de carácter consultivo, agregando as entidades mais representativas da autarquia, com a função de estabelecer em diálogo uma estrutura permanente de debate e participação relativamente a todas as matérias municipais relevantes em termos de Desenvolvimento sustentável. Este órgão poderia emitir pareceres nestas matérias com o objectivo de estimular e promover a participação pública individual e colectiva, apoiando dessa forma a autarquia na definição das políticas municipais em regime de  cidadania activa e responsável, fomentando o associativismo, em particular dos jovens, num espírito de equipa e partilha de informação.

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