O crescimento das superfícies
urbanas e a globalização trouxeram uma alteração do padrão de consumo. Em vez
do tradicional comércio de rua a que as pessoas recorriam para satisfazer as
suas necessidades do dia-a-dia - de que bem me recordo na pequena vila onde
nasci – dos quais eram exemplo a mercearia, a padaria o talho, o alfaiate, a
modista, a sapataria, a loja de ferragens, bem como algumas pequenas lojas
especializadas, como aquelas que vendiam electrodomésticos, a farmácia, a
livraria, o mecânico, a loja de bicicletas e motorizadas, encontramos hoje
grandes superfícies comerciais pertencentes a cadeias nacionais ou mesmo
internacionais que concentram grande parte do comércio.
As pequenas lojas dos centros
urbanos não têm grandes hipóteses de competir a nível de preço e de variedade
no que se refere aos artigos de grande consumo, em horário de laboração e em
acessibilidade, pois os centros urbanos estão praticamente interditos ao
transporte individual.
Para poder sobreviver, o comércio
local precisa de se especializar, fornecer um serviço personalizado, estar
ligado a uma boa rede de distribuição e provavelmente rever o seu horário de
trabalho.
Para revitalizar o centro urbano é
fundamental a aposta no pequeno comércio, que deve ser um comércio de
proximidade, o qual a autarquia pode ajudar através de incentivos fiscais,
melhoria das acessibilidades, acções de formação sobre marketing e
empreendedorismo.
A autarquia pode atrair para o
centro da cidade lojas ou serviços de referência especializadas, as quais
possam igualmente de servir de âncora a outras lojas, sendo importante também
manter no centro histórico o sector dos serviços relacionados com a administração
local.
É preciso criar estratégias para que
as pessoas voltem a ter o hábito de frequentar o cento da cidade, seja com atractivos
comerciais, seja com atractivos culturais e de lazer.
Promover o comércio local é também promover a reabilitação urbana de
modo a trazer pessoas para viver no centro da cidade, tendo contudo a
preocupação de conciliar a tranquilidade das áreas residenciais com o bulício próprio
das áreas de lazer.
De realçar que alavancar o comércio local significa ainda uma fonte de
receita para a autarquia, quer de forma directa, pela receita fiscal, quer de
forma indirecta pela valorização de espaços degradados e pela criação de
emprego.
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